Friday 19 August 2011

The Highlands of the Weeping Mountain Range - Brazil

Taypicu Amantiquyra (Tupy-Guarany / ancient indians language)
Terras Altas da Mantiqueira (Português)
Highlands of the Weeping Mountain Range (Inglês)
Highlands I
Dois Jovens Norte-Americanos arriscam a pele na tentativa de quebrar recordes no mar e nas alturas Jordan Romero, 13, esteve no topo do mundo. E não é modo de dizer. No dia 22 de maio ele chegou ao cume do Everest, na China, e se tornou a pessoa mais jovem da história a pisar lá. Nada que surpreenda dada a história do garoto. ¨Sempre me pergunto o que eu seria se não fizesse montanhismo”. Disse Jorda ao Folhateen, durante viagem ao Brasil para participar do evento de esportes e aventura Brasília Multisport no último final de semana. ¨Talvez eu estivesse jogando videogame”, brinca. Em vez disso, aos nove anos Jordan comunicou sei plano ao pai: “ Vou escalar os sete picos” . Ele queria atingir o ponto mais alto de cada continente. “ Fiquei chocado!”, conta o pai, Paul Romero. No susto, a resposta foi “sim”. Paul é atleta paramédico especializado em escalada. Faz parte da equipe que acompanhou Jordan do primeiro pico(o Kilimanjaro), em 2006, ao topo do Everest. Afirmativa O “sim” de Paul provocou críticas duras, bem parecidas com aquelas feitas ao americano Laurence Sunderland, que deixou a filha Abby, de 16 anos, tentar cruzar o mundo sozinha num veleiro. No último dia 9, o barco da garota foi destruído por uma tempestade no oceano Índico. Abby ficou à deriva e incomunicável por um dia. Resgatada por um barco pesqueiro, ela voltou para casa no último sábado. “Não teve nada a ver com a idade”, justifica Laurence, eleito por blogs como o pior pai do ano. “Ela é experiente. Isso foi uma fatalidade”. Paul, o pai de Jordan, concorda. “Abby é uma heroína!” E completa: “Se criasse meu filho como as pessoas acham que deveria, Jordan estaria em casa vendo TV enrolado em plástico- bolha”. A questão é polêmica. E para encerrar o assunto, no último dia 10, as autoridades chinesas baixaram uma nova norma: ninguém com menos de 18 anos pode subir o Everest. “O risco de as coisas darem errado é enorme!”, comenta Mike Mortimer, presidente da Federação Internacional de Montanhismo. O recordista anterior, Temba Tsheri, fez a escalada aos 16 anos, em 2001. Na primeira tentativa, aos 15 , perdeu cinco dedos das mãos. “Não subi pelo recorde”, diz Jordan. “Mas não nego que é ótimo ser o melhor”. Já Abby terminou sua aventura sem a marca almejada(tornar-se a mais jovem velejadora a dar a volta ao mundo sozinha), mas com respostas na cabeça. Em seu blog, escreveu: “Loucura é a palavra que melhor descreve o que passei. As pessoas apontam minha idade como problema. Mas desde quando idade provoca tempestade?”
Highlands II
AVENTUREIROS ADOLESCENTES COLOCAM FATOR IDADE EM CHEQUE Um garoto de 13 anos chega ao pico do Everest, 8.850 metros abaixo, uma menina quase morre ao tentar dar a volta ao mundo sozinha em um barco, aos 16 anos. As notícias, concentradas em apenas um mês, foram o suficiente para disparar uma série de questões a respeito dos perigos dessas empreitadas na adolescência. A questão é abrangente e envolve diversas áreas: legal, médica e psicológica. O ponto mais polêmico é o legal. Segundo o presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-SP(Ordem dos Advogados do Brasil), Ricardo Cabezon, ao expor os filhos a perigos, os pais podem perder sua guarda. “O critério da lei é etário, e não psicobiológico”. Para o promotor de Justiça da infância e juventude Thales Cezar de Oliveira, esse conceito é relativo. “Há também um risco muito grande em deixar um jovem ir sozinho à escola ou à balada. E ninguém vai processar um pai por isso”, diz. As áreas médica e psicológica pegam mais leve. Para Karina Oliani, médica e montanhista, não há evidências biológicas de que jovens corram mais riscos que adultos ao escalar uma montanha. “A falta de oxigênio é maléfica a todos”, diz. Miguel de Arruda, vice-diretor da Faculdade de Educação Física da Unicamp, concorda. “Nesse caso, o preparo físico é mais importante do que a idade”. Uma ressalva é a feita por Manoel Morgado, pediatra e guia de montanhismo. “O problema é tomar uma decisão errada e arriscar a vida.” Maturidade é a preocupação de Miguel Perosa, da psicologia da PUC-SP. Para ele, enquanto esse fator foi amenizado no caso de Jordan, que estava com o pai, ele foi potencializado no caso de Abby, a velejadora. “ Ela estava só e tinha de tomar decisões complicadas”.
Highlands III
MUITO ALTO Quanto maior a altitude, menor a camada de ar sobre o organismo, logo menor a pressão. O ar fica mais rarefeito e há menos oxigênio para respirar. Com isso, o coração bate mais rápido. A partir de 2.500 metros, o corpo fica exposto à AMS (doença guda de montanha, em inglês), que provoca náusea, insônia e fadiga. Esse quadro pode evoluir para um edema pulmonar ou cerebral. Cérebro O edema cerebral ocorre devido ao inchaço do cérebro dentro da caixa craniana, que não se expande junto. As áreas comprimidas podem provocar hemorragia na retina e perda de consciência. A evolução desse quadro pode ser fatal. Pulmão O edema pulmonar ocorre porque, com o aumento da circulação, aumenta a pressão nas artérias do pulmão. Com isso o sangue pode ¨vazar¨ para os alvéolos. Pode causar morte por insuficiência respiratória. Dedos O frio típico das maiores altitudes oferece perigo extra. As extremidades do corpo, como os dedos, podem congelar-se, o que interrompe a circulação de sangue. Se o tecido morrer, será necessário amputá-lo. Olhos A intensidade da luz ultravioleta aumenta em 4% a cada 300 metros escalados. Como a neve reflete quase toda a luz, a iluminação solar fica tão forte que pode causar cegueira e queimaduras. Adaptação A susceptibilidade aos efeitos da altitude varia de acordo com a genética, mas é possível evitá-la com preparo físico e aclimatação gradual. O circuito dos sete picos Passa pelas montanhas mais altas dos sete continentes. Foi inaugurado pelo empresário e aventureiro Richard Bass em 1986, quando lançou ¨Seven Summits¨, livro sobre suas escaladas. Pico do Everest – 8.850m 8.000m > ¨Zona Imorta¨. Acima dela, é impossível sobreviver sem equipamentos que supram a falta de oxigênio 5.500m > Acima de 5.500m, a vida começa a ficar insustentável a médio prazo
Agradecemos aos pilotos Indiana e André pelas imagens cordialmente cedidas. Produzido por DOC Concept utilizando Muvee Technologies.