Wednesday 15 December 2010

DOC Life Support... No Limits!!!

Comentário Life Support sobre o filme acima: Esse vídeo é tão especial que na hora que qualquer um de nós estiver caído poderá lembrar-se dele e tentar levantar-se de qualquer maneira. CUIDADO!!! Nesse caso o termo "levartar-se" significa regenerar-se, curar-se, recuperar-se da queda. Ipsi literis (ou seja, ao pé da letra), se você tentar se levantar após uma queda corre o risco de piorar uma lesão vertebral causada pelo impacto da queda e por esse agravo ficar paraplégico. LEMBRE-SE: APÓS UM ACIDENTE GRAVE FIQUE PARADO E ESPERE SOCORRO ESPECIALIZADO!!! @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ "Prefacinho" (por Joselito Fonseca Corrêa) As próximas três publicações referem-se esclusivamente ao restabelecimento do atleta acidentado, o herói que já passou ou acaba de passar pelo "momentum" em que o "Super Homem" torna-se o "pacote" imóvel e caído, cheio de "criptonita" na veia, "incapaz" de se levantar por si mesmo. "Na saúde o corpo é silêncio". Os arquétipos geram interiormente uma concepção de semi-divindade (semi-deus) principalmente em homens atletas, pessoas com personalidade tipo "A", indivíduos competitivos, com genética familiar típica (propensa ao trabalho), modus vivendis igualmente típicos, nível social, econômico ou cultural elevados ou aqueles detentores de conhecimento específico e raro. A alternância entre o "Super-Homem" e o doente, quando subliminar (doença crônica como diabetes ou de sintomatologia discreta como a dengue) pode ser negada pelo atleta, mas quando abrupta (acidente) pode ser psicologicamente traumática por ser reforçada por um sentimento de incapacidade extrema. Das doenças de sintomatologia discreta chamamos atenção especial para a Dengue que é caracterizada (às vezes como sintoma isolado) por uma intensa adinamia. Esse estado letárgico é automaticamente negado pelo "nosso herói" (ou por nós mesmos) pois em sua psiqué há um "recalque" de todos os impulsos do ID que possam ser traduzidos ao super-ego como "preguiça", "desânimo" ou "desmotivação" pois geram uma contradição à sua personalidade (ativa, típica de atleta). Um dos maiores perigos da dengue para o atleta é, sem dúvida, a plaquetopenia mas nós da DOC acreditamos que, ignorar os sintomas dela é um erro ainda pior. Partimos do princípio que um estímulo ("desânimo" por exemplo, quando na verdade for "adinamia", sintoma em vigência de dengue) reprimido pelo super-ego pode ser um fator de risco já que, na verdade, diminui o limiar para que o atleta reconheça um "sintoma de doença" retardando assim a procura de um serviço médico. Deve-se atentar ao fato de que, no auge da execução de um esporte de risco(durante um vôo, por exemplo), poderia ser tarde demais para chamar o "Doc" (médico). Das doenças crônicas ressalta-se o diabetes melitus e sua manifestação atípica em desportistas "adrenados". Nos acidentes a prioridade é salvar a vida com mínima intervenção (non nocere) visando um restabelecimento pleno das atividades corporais e mentais. A psiqué só chega a preocupar algum tempo depois, quanto ao trauma psicológico da mudança abrupta de "super-homem" para "super-nada" e suas repercussões em todos os aspectos (sociais, culturais, econômicos, etc.) da vida. Nem sempre as doenças de incidências diferentes ocorrem isoladamente ou seja, só abruptamente ou só lentamente. Pode também vir concomitantemente como por exemplo dengue e acidente. Segue um exemplo de acidente durante uma regata (qualquer semelhança é pura coincidência). De manhã já havia acordado com certa sonolência (Que soneca que nada, depressa para a marina!) mas foi velejar sem se preocupar. Durante a navegação não estava "rendendo" o normal quando, para piorar, uma retranca o atingira a cabeça. Apesar de um pequeno sangramento, continuou participar da competição. Alguns minutos mais tarde percebeu que o sangramento estava demorando a parar, que estava ficando tonto e assim resolveu avisar o tático que precisaria chamar o "Doc". Assim que o inflável chegou ele já deixou o barco e foi atendido pelos médicos da Marinha de Guerra do Brasil e pela "DOC". Queixava-se... "Tanto investimento dos patrocinadores, um evento de repercussão mundial e isso me acontece. Que falta de sorte". Foi levado à UTI Móvel de plantão no Yacht Club e removido ao Pronto Socorro da prefeitura onde entrou em coma, foi hospitalizado e internado no CTI. Resultado da investigação clínica: 1)dengue com plaquetopenia severa que manifestou-se como adinamia; 2)a adinamia pode ter gerado desatenção; 3)desatenção por sua vez pode ter sido a causa do acidente já que todos os demais tripulantes não se acidentaram; 4)devido à plaquetopenia o sangramento(causa de pedir assistência médica) não coagulou ou seja, não parou espontaneamente; 5)houve uma hemorragia sub aracnóide devida ao traumatismo na cabeça 6) a hemorragia cerebral foi exacerbada devido à plaquetopenia e ao consequente tempo de sangramento aumentado; 6) um grande coágulo se formara comprimindo o cérebro; 7) o início da compressão cerebral pela hemorragia foi a causa da vertigem inicial (também causa de pedir assistência médica); 8) seu "estado de coma" deveu-se ao enorme coágulo; 9)o coágulo teve seu tamanho aumentado devido à presença concomitante de dengue e sua consequente plaquetopenia (40.000 plaquetas). Abaixo você poderá ler algumas compilações e exertos de textos legais de revistas ídem. Obrigado e boa leitura. Joselito ("Doc") @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
UMA HISTÓRIA DO CORPO
O HISTORIADOR FRANCÊS GEORGES VIGARELLO, DA UNIVERSIDADE DE PARIS V, É ESPECIALISTA NA REPRESENTAÇÃO DO FÍSICO E DO ESPORTE ATRAVÉS DO TEMPO. PARA ELE, CARNE, OSSOS E MÚSCULOS NADA MAIS SÃO DO QUE SUPORTES HISTÓRICOS, MODIFICAÇÕES, CULTURAIS, SOCIAIS E EDUCACIONAIS SE REFLETEM NO ORGANISMO, MUDANDO POSTURAS, ATITUDES AS MÁQUINAS QUE NOS EXERCITAM. ¨A BUSCA ATUAL DA SUPERAÇÃO DOS LIMITES DO CORPO É APENAS A FORMA QUE ENCONTRAMOS DE DAR SENTIDO À VIDA, JÁ QUE NÃO ENCONTRAMOS A FELICIDADE EM DEUS OU IDEOLOGIAS¨, AFIRMA. A PEDIDO DE GALILEU, O HISTORIADOR EXPLICA CADA PERÍODO QUE VIU E VÊ NO CORPO HUMANO.
IDADE MÉDIA¨
O corpo é um espelho do superior: céu, astros, forças maiores e mágicas invadem os órgãos e a pele. São as influências cósmicas que regem o corpo e é ele quem manda os desejos, comportamentos e atitudes humanas. Submetido, moralizado e passivo, o organismo humano aceita as ordens que vêm ‘ de cima’¨. SÉCULO 16¨
Em vez do reflexo do superior, o corpo passa a
revelar o espírito. Ele é formado por líquidos e humores (Como bílis, o sangue e a linfa) e é preciso purgá-lo e depurá-lo para que atinja a purificação. No fim do século, a atividade fisica mais comum não são os exercícios, mas as sangrias¨.
SÉCULO 17¨
O espartilho usado nesse século é o símbolo das práticas que tentam redefinir o corpo da sociedade ocidental: é importante ser reto, e o corpo passivo é colocado dentro de ‘fôrmas’ que o protegem e sustentam. É a mão do adulto aplicada ao organismo das crianças que molda e força a postura. Aliás, nessa época, fazer exercício é algo que pode prejudicar esse desenho fino e cuidadoso das formas humanas¨.
SÉCULO 18
¨No século das luzes Europeu, nasce o respeito pelo ser humano. O corpo torna-se ativo e liberta a infância, subjugado no século anterior por corpetes e ataduras. A mobilidade vai de encontro ao dinamismo da natureza – exigências sufocantes que bloqueavam músculos e articulações afrouxam. Surgem séries numeradas de exercícios para melhorar algumas partes. A silhueta ideal é um busto enorme e cintura fina¨.
SÉCULO 19¨
A ginástica é inventada no auge da revolução industrial. Os gestos precisam ser reinventáveis, e a melhor forma de atingir esse objetivo é torná-los repetitivos. A parece a gonástica escolar e as ancestrais das academias: salas com aparelhos construídos com roldanas, correias e escadas. No fim do século, a ginástica concorre com esportes libertadores: ciclismo, corrida¨.
SÉCULO 20¨
O século do indíviduo colocou o corpo no centro da existência. Ele tornou-se o suporte da identidade. Enquanto nos séculos passados, acreditar em valores superiores ou pertencer a um grupo social dava sentido à existência, no mundo contemporâneo a ênfase está no indivíduo, no agora. A morte da utopias, nas décadas de 60 e 70, transferiu as antigas transcendências para o corpo. Certas práticas atuais, como os esportes radicais ou as festas rave, que duram dias, são maneiras de levar o corpo para além dos limites, como faziam os antigos ideais religiosos ou políticos. No mundo contemporâneo, a busca da excitação, do irreal e do sentido que antes estava no Absoluto transferiu-se para o induvíduo. O corpo é o lugar para a plena realização humana” . @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
Atleta paraplégica volta a caminhar depois de 10 anos A holandesa Monique van der Vorst chamou a atenção da imprensa mundial neste sábado de Natal. Vencedora de duas medalhas de prata nos Jogos Paraolímpicos de Pequim em 2008, a atleta voltou a andar depois de 10 anos paraplégica.Em março deste ano, Monique foi atropelada por um ciclista durante um treino na Espanha. Devido ao acidente, começou a fazer fisioterapia. Depois de nove meses, começou a sentir sensibilidade nos pés e recuperou os movimentos.A holandesa ficou paraplégica na adolescência. Ela foi submetida a uma operação para corrigir um problema no tornozelo, mas perdeu os movimentos das pernas. Monique, de 26 anos, competia no ciclismo adaptado e disputava corrida de cadeira de rodas. Era ela considerada favorita ao ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Agora ela espera conseguir competir em outras modalidades.
A história de superação de Monique
começou há 13 anos, quando ela, sonhando em ser uma atleta profissional, torceu o tornozelo jogando hóquei. Uma simples lesão resultou, primeiro, na paralisia da perna esquerda e um ano depois na da direita. “Na época, vi que depois da consulta minha perna ficou roxa e fria. Dias depois parou de fazer qualquer movimento, e nenhum médico conseguiu me explicar o motivo”, disse a holandesa. “Minha família tentou tudo o que era possível para eu voltar a andar. Fomos a dezenas de médicos, mas ninguém entendia o que acontecia com minhas pernas”, comentou.
Após um grande período deprimida, tentando se adaptar à nova vida, Monique conheceu o esporte paraolímpico,
mais precisamente as corridas de cadeira de rodas e o handcycle (corrida de bicicleta onde se pedala com as mãos). Aos 15 anos participou da primeira competição nas modalidades. “Na época, o esporte me deu autoestima. Aprendi a pensar em possibilidades e não em limitações”, disse ela. Com o passar do tempo, Monique não pensava mais em voltar a correr. A atleta aprendeu, com o esporte, a viver com independência. Depois de muito treino, ela conseguiu atingir um de seus objetivos: a medalha nos Jogos Paraolímpicos de Pequim-2008. A atleta foi prata nas duas modalidades, sendo que no handcyle o ouro não foi conquistado na prova de 40km de estrada por apenas 0,13s. Em 2009, ela também foi destaque do Ironman 2009 no Havaí, como uma das poucas atletas da modalidade paraolímpica a completar a prova. O Ironman do Havaí é uma das provas mais difíceis do mundo e consiste em um triatlo de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida (equivalente a uma maratona Na temporada de 2010, Monique começou a preparação para os Jogos de Londres, em 2012. O objetivo era deixar a segunda colocação para trás e conquistar dois ouros. Mas o sonho, novamente, não será possível.
Dois acidente mudaram a vida da atleta.
Um primeiro em março deste ano, quando estava treinando e uma companheira se chocou contra ela. O impacto a fez cair no chão e, surpreendentemente, as pernas reagiram com espasmos. “No começo fiquei muito triste com o acidente porque minha preparação para a temporada tinha sido afetada e temia não poder estar bem nos Jogos de Londres”, revelou a ex-atleta.
O outro acidente ocorreu em junho e resultou em um momento único na vida de Monique. Durante o treino, ela foi atingida por um carro e sofreu danos na medula espinhal. Neste momento, as pernas voltaram a formigar e em poucos dias ela já podia senti-las.
No primeiro momento, ter a possibilidade de voltar a andar foi um choque.
“Não foi fácil para ela abandonar a possibilidade competir nos Jogos Paraolímpicos. Tivemos que apoia-la muito para fazer esta transição”, disse André Gatos, chefe da missão paraolímpica da Holanda. Os resultados dos exames foram tão fora do comum, que todos os médicos que cuidavam de Monique ficaram surpresos com o novo quadro. “Milhares de pessoas tem lesões na medula óssea, cada uma com sensações diferentes no corpo. Mas é incomum poder andar de novo”, o médico John Ridwell, especializado em lesões da medula espinhal na Universidade de Glasgow. Em julho começou a fazer fisioterapia e em dezembro a ex-atleta se emociona por poder dar seus primeiros passos nesta nova vida. “Competir foi uma grande paixão. Agora é difícil porque eu preciso encontrar um novo propósito na vida. Mas sei que vou superar”, falou MoniqueNesta nova fase da vida, a holandesa já tem um novo objetivo também: “Seria um sonho poder participar do Ironman, mas desta vez como uma atleta comum”, finalizou. Fonte: Avelok, The Yachtman.
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NOVO CORPO   NUNCA A CIÊNCIA FOI TÃO CAPAZ DE APRIMORAR O NOSSO CORPO. SEJA BEM-VINDO À ERA DO SUPER-HUMANO.       Alan Fonteles demorou a dar seus primeiros passos. Foi somente aos três anos de idade que o menino, natural de Marabá no Pará, parou de engatinhar no chão da casa para começar a andar. E graças a dois pedaços de madeira. Por conta da propagação da infecção intestinal enfrentada aos 30 dias de vida, a garoto sofreu amputações abaixo dos joelhos. Para ficar de pé, precisou usar duas próteses rudimentares.¨De calça, as pessoas não percebiam¨, diz. A deficiência física marcou seu crescimento, mas não atrapalhou a infância. ¨Eu corria muito. Adorava jogar futebol. Tinha facilidade de me movimentar. Nunca foi obstáculo para mim.¨ Os obstáculos, ele iria encarar alguns depois, numa pista de atletismo. E venceria boa parte deles com a ajuda da tecnologia. Mas isso a gente conta depois. Vivemos um momento peculiar da evolução humana. Nunca a ciência foi tão capaz de entender e interferir no funcionamento do nosso corpo. Bastou uma pílula, e o sexo deixou de ser uma prática condicionada à passagem do tempo. Caminhamos para uma época em que usar óculos vai ser questão de opção. Operações já nos fazem enxergar melhor do que nunca. Haverá um momento em que a roupa que vestimos será uma extensão do nosso organismo, capaz de melhorar funções corporais como a absorção do suor, de impacto e da luz do sol. E sem falar que até casos extremos, como os de pessoas deficientes, deixaram de ser uma ... deficiência. Estamos correndo a galope para o surgimento de um novo e melhor corpo. E esse futuro vai mudar radicalmente o jeito com que interagimos com o mundo, com que tocamos nossa vida.       PERNAS DE CHITA Alan é um exemplo impressionante desse salto tecnológico. Nascido em uma família pobre, num estado pobre, o garoto mudou com os pais para a capital de Belém, onde começou a fazer fisioterapia. As pernas mecânica eram substituídas quase anualmente por novas, mais resistentes. Como a família não tinha condições financeiras para comprar os aparelhos, dependia de doações. ¨Tinha dificuldades. Sentar em locais apertados me dava dor. O encaixe da prótese machucava a pele. Também não tinha tanta flexibilidade, como para cruzar as pernas¨, diz.
A largada de Alan rumo à superação de seus limites
foi dada em uma pista de corrida. ¨Sempre via meus vizinhos indo treinar, de brincadeira. Um dia resolvi ir junto¨. Quando chegou ao campus da Universidade Estadual do Pará, conheceu Suzete Montalvão, sua técnica até hoje. Aos 8 anos, Alan entrou para o grupo de atletismo. Após cinco anos disputando com meninos normais, o rapaz foi participar de uma competição de paraateltas. ¨Fui para Manaus e acabei sendo campeão do Norte e Nordeste. Me encontrei no esporte. Descobri que gostava de correr, tinha jeito.¨ O problema eram as próteses. ¨Eram horríveis, quebravam. A chuva que cai em Belém quase todo dia foi destruindo a estrutura interna.¨ As notícias da boa performance do menino circularam. Em 2007, o também paraatleta Rivaldo Martins o procurou. Disse que conseguiria novos pares de pernas mecânicas, especiais para atletismo. ¨Vim para São Paulo fazer as medições. Confeccionaram um molde da minha perna para prender o encaixe que segura as lâminas de carbono. Para mim, que só usava partes de madeira, era um sonho¨.
O modelo que ganhou de presente custa US$ 50 mil.
É uma criação do pesquisador americano Van Philips. Em 1976, ele teve a perna esquerda decepada abaixo do joelho em um acidente de esqui aquático. Desde então, criar um membro mecânico mais eficiente virou sua obsessão. Philips sabia que as próteses tinham avançado pouco desde a segunda guerra Mundial. Para ele, era óbvio que o equipamento não deveria apenas apoiar o peso do corpo, mas poderia também contribuir com algum impulso. Observando os mecanismos do salto com vara e da mola de um trampolim, começou a criar um aparelho que permitisse ao homem pular e voltar ao chão com equilíbrio. Um dia após conseguir cruzar os corredores do campus da Universidade de Utah, EUA, com seu experimento, Philips pediu demissão do seu emprego de pesquisador e abriu uma empresa e um laboratório no porão de casa. Produzia e testava em série, usando os produtos até quebrar. Em dois anos, fez mais de 100 protótipos. E compreendeu o erro dos outros projetistas: tentar replicar ossos humanos. O professor analisou o funcionamento dos ligamentos que armazenam energia muscular nos membros de leopardos e cangurus e chegou à conclusão de que era necessária uma compressão na prótese para que a força contrária fosse aplicada. Sua firma, a Flex-foot, começou a vender modelos em 1984.
De lá pra cá, o formato da prótese de carbono mudou, até atingir o mordeníssimo modelo Cheetah,
criação vendida para a Össur, empresa na Islândia que fez as novas pernas do jovem atleta paraolímpico brasileiro. ¨O treinamento é similar aos convencionais, no entanto, deve ser feito um trabalho de compensação dos músculos que são menos utilizados, como os glúteos¨, afirma Ciro Winckler, coordenador de atletismo do Comitê Paraolímpico Brasileiro. No caso de Alan, a adaptação foi relâmpago. Sentiu as diferenças na pele – e nos números do cronômetro. Antes do presente, fazia 14 segundos nos 100 metros. ¨Em dois meses eu fiz 12,5s. Nos 200 metros, eu fazia 32s. Baixei para 26 com os novos aparelhos. ¨Foi nessa época que conseguiu uma vaga para ir à Olimpíada de Pequim, na China, em 2008. ¨Fiquei em sétimo, mas bati o recorde brasileiro dos 200 metros.¨ O grande momento veio no revezamento, quando chegou em segundo lugar, perdendo para a equipe americana. ¨Ganhar a prata foi uma superação¨. O atleta de 17 anos sorri ao dizer a frase. ¨Mas, olha, essa história de limite... Estou prestes a trocar de prótese. Um novo modelo, adequado para o peso que estou ganhando. Eu quero ser ainda mais veloz".Fonte: Revita Galileu.
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ JOGO DE PERNAS AIMEE MULINS 33 anos- 1,79 m – 24 pernas A atriz, modelo e atleta olímpica, fala sobre o uso da tecnologia para aprimorar o físico. Você tem muitos tipos de pernas. Pode explicar com isso funciona? Mullins – Tenho 12 pares. Minha próteses Cheetah servem para correr, nadar ou andar de bicicleta. Agora neste momento, estou usando as pernas Robocop, que possuem um sistema de absorção de impacto. Daí, tenho quatro pares de pernas cosméticas, feitas de silicone e que imitam a pele. Essas são incrivelmente parecidas com as humanas, com veias, pelinhos e tendões. São feitas sob medida. O que fez você perceber que queria pernas mais parecidas com as normais? Mullins – Quando era adolescente, fui ao Museu de Cera Madame Tussauds, em Londres. Vi uma reprodução da modelo Jerry Hall. Tudo estava exatamente replicado ali: o tom de pele, a cor dos olhos. Eu usava pernas ortopédicas. Quer dizer: que raio de garota de 17 anos ia gostar de usar calçados ortopédicos? Percebi que estava falando com as pessoas erradas. Precisava achar esses caras em Hollywood que criavam coisas como Exterminador do Futuro. Um pessoal que não estava carregado com a visão tradicional dos fabricantes médicos.  
Alguém já chamou você de ciborgue?
Mullins – As pessoas têm me chamado de tudo: transumana, pós-humana, ciborgue. Alguém que usa lentes de contato é um ciborgue? Se considerarmos que um celular ou uma tesoura são próteses, no sentido de que eles aumentam nossas capacidades, nós somos ciborgues quando os usamos? A Tecnologia está chegando ao ponto de tornar uma deficiência uma super-habilidade? Mullins – Nós já estamos lá nas cirurgias oculares a laser. Não existe mais o estigma de usar óculos, como havia nos anos 1940 e 1950. A tecnologia nos deu essa super-habilidade. O golfista Arnold Palmer não conseguiria continuar jogando sem que houvesse uma chapa de titânio em seu quadril. Tiger Woods fez a cirurgia a laser duas vezes nos olhos. Isso deu a ele uma visão 20/15 – ainda melhor do que a visão 20/20, considerada ¨perfeita¨. É uma clara vantagem em relação a outros atletas num esporte em que a mira é tão importante.
As pessoas deveriam se incrementar assim?
Mullins – Mas elas já fazem isso. Se alguém quer ter 50 piercings ou modificar o corpo colocando prótese de carbono para imitar chifres, elas podem. Deveríamos ter um debate ético sobre isso? E tem a cirurgia plástica. Por que uma prótese é associada a uma deficiência e um implante nos seios é tido como uma melhoria? Até onde a gente pode levar esse conceito? Eu acho que isso não tem limites. RECORDISTA OLÍMPICA, Aimee teve as duas pernas amputadas ainda na infância. A americana de 33 anos sabe na pele como a ciência está construindo uma nova forma de melhorar o corpo humano, seja ele deficiente ou não.
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Projeto que tem que dar certo, feito em Lages - Santa Catarina!

http://www.pratyko.com.br/index.php?opcao=0

EU, CIBORGUE
Um cientista inglês quer iniciar a nova etapa da evolução: Criar corpos feitos de pele, osso e circuitos. ¨Em menos de 30 anos, qualquer um poderá ter uma parte robótica¨. Imagine um mundo em que será possível guardar arquivos no próprio cérebro? Ou conversar sem abrir a boca, usando apenas a mente? E se conectar à internet utilizando um dedo como pen drive ou dirigir um carro sem se mexer? ¨Por que devemos nos limitar aos cinco sentidos? Por que não tentar a comunicação pelo pensamento? Por que não sermos super-homens?¨Warwick está em contagem regressiva. Antes do seu 60º aniversário, ele pretende criar um cérebro biológico para computadores e prepara uma técnica para o momento crucial de sua carreira: instalar um chip no próprio crânio. O implante o tornará um novo tipo de ser: parte humano, parte máquina.
O ÚLTIMO A SAIR APAGUE A LUZ... VILÃ: A TECNOLOGIA
APAVORE-SE porque você não vai valer mais nada. Segundo o filósofo Francis Fukuyama, no futuro as pessoas – ricas- irão modificar por meio de terapias genéticas, conexões com máquinas e nanotecnologia para se tornarem superpessoas. Isso fará com que elas deixem de se ver como iguais aos reles humanos, criando as ditaduras de super-humanos – mais ou menos como o sonho de Magneto, o vilão dos gibis e filmes do X-Men. Essa é a teoria de seu livro Nosso Futuro Pós-Humano, de 2002. Furukuyama foi dos primeiros filósofos sérios a considerar o que futuristas como Ray Kurzweil e Bill Joy vinham discutindo havia tempos e era considerado mera ficção científica: o transumanismo, as conseqüências nas modificações tecnológicas dos seres humanos. Um passo além da ditadura, existe a possibilidade de simplesmente desistirmos da vida física. Em seu livro de 1999, A Era das Máquinas Espirituais, Kurzewil previu, que como forma de nos tornarmos imortais, poderíamos fazer download de nossas consciências para máquinas capazes de simulá-las. Muito além de Matrix, isso seria decidir nos transformarmos em máquinas, ou seja o fim da humanidade. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@
ANDO MEIO DESLIGADO
A vida moderna trouxe o carro elétrico, o iPod, a TV a cabo, o videogame, o celular e a capacidade de falar com seus amigos a todo momento, em qualquer lugar. Mas com ela vieram também tensão, pressão no trabalho, trânsito, insônia, depressão e a viciante possibilidade de nunca se desligar. Estamos consumindo mais remédios contra a ansiedade. Estamos recebendo informações 24 horas por dia. Está na hora de desacelerar.
Portador da ¨desordem de ansiedade da internet¨.
E é o resultado direto de um mundo veloz e conectado. ¨Esse fluxo constante de informação injetado no meu cérebro vai acabar tendo um efeito negativo¨. Irritabilidade e o desejo de acompanhar o que está acontecendo em todo lugar estão entre os males que uma rotina plugada pode trazer à saúde. ¨O que estou perdendo?¨, ¨O que está acontecendo no mundo lá fora?¨, ¨Será que alguém me escreveu?¨ Encarar o trânsito das grandes cidades, a competitividade do mercado de trabalho, a violência urbana, o temor de que o mundo está prestes a acabar por causa do aquecimento global... Por exemplo uma síndrome do pânico pode favorecer o aparecimento de uma fobia social ou outro transtorno mental, como depressão.
A ansiedade e o estresse
fazem parte fazem parte da experiência humana. Possuem inclusive, uma importância evolutiva. Estresse é o resultado de uma mudança à qual uma pessoa precise se adaptar. ¨O que as pessoas esquecem é que o estresse também pode ser desencadeado por eventos positivos, como um casamento ou o nascimento de um filho. Mas, como estamos passando mais tempo em contato constante com outras pessoas, há menos tempo para relaxamento. Uma vida alimentada por celulares, redes sociais e e-mails pode dificultar o descanso físico e mental. A maioria das pessoas que procuram tratamento é formada por adolescentes e jovens, 60% do sexo masculino. ¨A dependência de internet não está relacionada ao tempo que a pessoa fica conectada, mas se ela troca experiências da vida real pela vida virtual.¨ Ele deixou de visitar a casa de amigos para bater papo por e-mail ou MSN. Tirar um dia longe do teclado e do monitor tornou-se uma impossibilidade. Uma tortura . ¨Eu ficava ansioso e com a sensação de que era perdido recuperar o tempo perdido. Sei que exagero, que preciso mudar. Os dias passam e me dou conta de que passo o tempo todo por aqui.¨
A dependência na internet é tratada na categoria dos transtornos de impulso.
¨Um dos sintomas é a pessoa ficar monotemática, só falar disso¨. Ele lista outros indícios do problema: a necessidade de permanecer mais tempo online a irritabilidade ou depressão, principalmente quando não é possível se conectar à rede ou usar tecnologia. Sensação de ¨estar por fora¨ se o celular não toca e se a caixa de e-mail não acusa o recebimento de uma nova mensagem. Preocupação crônica pode levar à morte precoce. Em parte porque tipos estressáveis são mais propensos a envolverem-se em comportamentos não saudáveis, como fumar, beber ou comer excessivamente. Também estão sujeitos a disfunções biológicas, como a hipertensão. O remédio é aprender a controlar a ansiedade antes que se torne doença. ¨Uma das formas é conhecer técnicas de relaxamento¨, afirma Spiro. Elas incluem práticas de respiração, meditação e pensamento positivo. Exercício físico é eficiente remédio para liberar a tensão. Contato com a natureza pode ajudar. Outra solução é buscar equilibrar o fator ¨mundo moderno¨na sua dieta de atividades. @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

DOC Life Support... No limits!

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ Dean Karnazes gosta de dizer que é um cara de sorte. Para ele, sua capacidade de correr 563 quilômetros sem parar, enfrentar 50 maratonas em 50 dias seguidos ou suportar 40 graus negativos em uma prova no Polo Sul não passa de uma coincidência feliz. ¨Tenho apenas um bom corpo e uma baita sorte por poder viver dele¨. O corredor diz isso com um sorriso que quase convence que ele é um cara comum. ¨Fui colocado na Terra para correr simples assim¨. Mas, por trás dessa aparente simplicidade esconde-se alguém com uma profunda vontade de ultrapassar os limites humanos. Aos 46 anos, o americano quer saber qual é o máximo que seu corpo suporta. Foi assim, afinal, que ele começou a correr , 16 anos atrás. No dia em que festejava seus 30 anos, com o organismo lubrificado de tequila, Karnazes teve um estalo: tirar a roupa e sair correndo. Na hora a idéia pareceu excelente. Vinte quilômetros depois, em outra cidade e só de cuecas, ficou sóbrio e parou, finalmente, para se perguntar que diabos estava fazendo ali. ¨ Olhei para os lados, vi a manhã nascendo e me senti tão bem que...Bem, que continuei correndo. Queria saber até onde poderia chegar.¨ Ao fim de pouco menos de 50 quilômetros, ele achou que bastava. Ligou para a esposa, pediu uma carona e desmaiou no carro a caminho de casa, em São Francisco. Acordou transformado em ultramaratonista, alguém para quem os 42.195 quilômetros de uma maratona comum não são suficientes. O desafio é correr no mínimo 100 quilômetros. E correr em ambiente inóspito, inexplorados ou difíceis de vencer. Em setembro ele veio a São Paulo. Percorreu 155 quilômetros em 24 horas – e com três costelas quebradas. ¨ Corro porque esse é o jeito como me relaciono com o mundo, como exploro a vida. É minha paixão, algo que faço para entender as coisas ao meu redor ¨. Aos seis anos, ele já dispensava o ônibus e preferia voltar da escola correndo. Eram três quilômetros, sempre mais longos por causa das voltas que aprendeu a fazer no meio de parques, praças e construções. ¨ ¨Correr significa felicidade e aventura,¨ diz. Ele só parou com o esporte porque, no colégio, o professor queria fazê-lo treinar dentro de uma pista. Dean irritou-se com as fronteiras riscadas a giz e não quis mais saber do esporte até o episódio dos 30 anos, em 1992. Nos dias seguintes ao pileque, após superar as cãibras e dores do passeio, começou a levar a corrida como hobby, adaptando sua rotina de executivo em uma empresa farmacêutica. As 4 h. Karnazes acordava, corria 40 quilômetros, preparava o café da manhã da família (ele é casado e tem um casal de filhos de 13 e 10 anos) e ia para o escritório. Oito horas depois, levantava em casa e saía para mais 10 quilômetros. Voltava pouco antes da meia - noite e ia para cama. As folgas e fins de semana eram aproveitados em provas como os 217 quilômetros da Ultramaratona de Badwater, no Vale da Morte americano, ou os 230 quilômetros para revezamento entre 12 homens – que ele preferiu completar sozinho. Em 2005, resolveu contar sua experiência nas páginas de o Ultramaratonista, Best seller que o tornou conhecido e possibilitou um patrocínio para viver do esporte. O corredor abandonou o emprego , mas manteve a rotina. Seu segundo livro, lançado em setembro no Brasil, mostra como ele conseguiu terminar 50 Maratonas em 50 dias. ¨Todo ser humano tem essa vontade de explorar algo, como o universo ou a natureza. Eu quero explorar a corpo. Mas será que o corpo de Karnazes é mesmo de um ser humano comum? Ele diz que sua constituição genética não é mágica, mas a revista americana Wired já o classificou de homem perfeito. A Time o chamou de ¨ativista da saúde¨ e de ¨um dos 100 homens mais influentes da Terra¨. E os médicos afirmaram que ele algo a mais que a maioria dos mortais . Dean sobrevive com apenas 3% de gordura no organismo (atletas muito bem condicionados costumam ter 8%, enquanto o normal é 12%), descansa com apenas 4 horas de sono e seu coração bate 39 vezes por minuto (alguém fisicamente ativo tem 60 a 70 batimentos por minuto). Os exames não mostram lesão alguma nos joelhos, articulações ou músculos. Seu corpo, entretanto, é altamente vascularizado, o que pode auxiliar o transporte de oxigênio para as células e tecidos. ¨Acredito que o segredo para a maior parte das coisas que sou capaz de fazer não está no meu corpo, mas na minha cabeça¨, afirma. Em seus livros, o ultramaratonista diz que é sua capacidade de aprender com os erros e não te medo de falhar que o ajuda a transcender os limites. ¨Gosto do fracasso porque se você não chegar até esse ponto não sabe qual é o seu máximo¨, afirma. ¨A maioria das pessoas até tão preocupada com a vergonha de perder que, simplesmente, não tenta o bastante.¨ Além disso, ele tem o controle de seu corpo o suficiente para empurrá-lo ao extremo. ¨Em muitas ocasiões minhas pernas emperraram e eu quase sucumbi ao cansaço, mas disse, não vou parar¨. Cinco minutos depois, estava na pista novamente¨. Durante suas experiências já teve coesinações, cegueiras temporárias e chegou até dormir em pé. Mas nada capaz de fazê-lo parar. ¨Eu ainda acho que sou invencível. Sei que é uma atitude infantil, mas realmente acredito, porque meu corpo nunca me deixou na mão¨. A data marcada para interromper suas corridas será, provavelmente, quando sofrer algum acidente sério que o impeça de ficar de pé (mas algo sério mesmo. Não esqueça: ele agüentou 155 quilômetros com três costelas quebradas). ¨Acho que vai ser traumático perceber que estou ficando velho e que não sou perfeito. Por enquanto, eu ainda acredito que sou¨. O limite, até agora, foi correr 563 quilômetros, na Baía de São Francisco, há quatro anos. Ele queria chegar a 300 milhas (cerca de 480 quilômetros), mas foi parar na marca de 350 milhas, 80h44 depois, com medo de, talvez, ficar maluco. E não por cansaço físico. ¨Aprendi a controlar a dor, o cansaço, a fazê-los não me incomodar. Mas, dessa vez, a partir de certo ponto, comecei a perder o controle da minha mente. Ela estava indo para algum lugar onde eu já não conseguia dominá-la. Foi quando pensei uau! Cheguei ao máximo.¨ Sim, a cabeça é o limite do corpo. DEAN KARNAZES VIVE DE DESAFIAR SEU CORPO E A CIÊNCIA. JÁ CORREU 563 KM SEM PARAR E DIZ QUE PODE MAIS ************************************************************ O limite do corpo é uma combinação entre a resistência psicológica, dos tecidos, das articulações e o fornecimento de energia. ¨Atletas recordistas tem corpo e mente eficientes.¨ diz Renato Romani, especialista em medicina do esporte da Unifesp. Alguém com esse nível de perfeição correrá 100 m em 9s29. Como previsto por pesquisadores holandeses, com base na velocidade do corredor jamaicano Usain Bolt. ¨Quando chegou a marca de 9s58, ele antecipou o Recorde em, pelo menos, quatro anos. ¨ diz, ¨Só super-homens chegam a esse nível.¨ ************************************************************ A média de velocidade de Karnazes foi de 6km/h, mesmo com as costelas quebradas por causa de um tombo. Normalmente, ele corre 16km/h. O limite para um ser humano comum é 10 km/h. Com treino, pode chegar a 15km/h. Para especialistas, depois dessa velocidade só restam joelhos em frangalhos e corações sobrecarregados. A maior velocidade registrada em uma corrida de longa distância é da etíope Haile Gerbrselassie, que correu 42.195km em 2h30min59, ou seja. Cerca de 21km/h. ************************************************************ O ser humano foi feito para andar. O design retilíneo das pernas é mais útil para os passos rápidos que para a corrida. ¨ Atletas de alto rendimento têm a carreira curta porque acabam lesionando músculos e articulações¨, afirma o ortopedista Ricardo Cury, professor da Santa Casa de São Paulo. ************************************************************ No dia a dia Karnazes evita açucares e frituras. Mas corre à base de junk food. Na corrida de SP, devorou três Big Macs, um sundae, uma pizza doce, balas e abusou de água de coco e frutas. Foram 17 mil calorias nas 24 horas, o suficiente para oito pessoas durante um dia. E M UM DIA DE MARATONA, DEAN KARNAZES INGERE 17 MIL CALORIAS, O MESMO QUE OITO PESSOAS CONSOMEM EM 24 HORAS ************************************************************ ¨O corpo está além do entendimento dos cientistas¨, diz Dean. ¨A maioria dos médicos proíbem a corrida: Ela faz mal para os joelhos.¨ Mas estudos com corredores mostram que eles são mais saudáveis que quem não corre. ¨Eu simplesmente não acredito nessa ciência que estabelece limites para o homem.¨ ************************************************************ A genética é determinante para atletas acima do comum. ¨A primeira providência para quem quer ser campeão olímpico é escolher os pais¨, diz José Lazzoli, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O treinamento é responsável por 20% a 25% de melhora no rendimento físico. ************************************************************ A gordura sintetiza hormônios, aquece o organismo e é reserva para o corpo. Quem passa muito tempo sem comer entra em catabolismo (consome energia do músculo). O limite humano fica entre 50% a 8%. Com menos, a produção de hormônios essenciais é barrada. ************************************************************ A quantidade de sono muda de pessoa para pessoa. Para se recuperar de uma maratona são necessários ao menos oito horas na cama e um intervalo de seis meses. ¨O esportista só recupera a fadiga muscular com descanso¨, diz Joaquim Grava, médico do Corinthians. ************************************************************ César Cielo nadou 100m em 46s91. O atleta provavelmente não respirou e o coração precisou se virar. Depois de cinco minutos sem ar, as células começam a morrer. Mas o recorde de mergulho em apneia desafia o limite e já vai para a marca dos 11min35 ************************************************************ A única explicação cientifica para Karnazes ainda estar com joelhos inteiros é o alinhamento perfeito entre os ossos. ¨E seus grupos musculares estão fortalecidos¨, afirma Geraldo Granata, médico do Centro de Tratamento do Joelho. Quando alguém corre, o joelho suporta oito vezes o peso do corpo. ************************************************************ Adaptações cardiovasculares podem ser o segredo por trás de atletas inexplicáveis, com Usain Bolt, Michael Phelps e Dean Karnazes. Nosso coração bombeia 5 a 6 litros de sangue por minuto. Em um indivíduo bem treinado, são 20 litros por minuto, enquanto atletas de alto nível são quase 40 litros. ************************************************************ O ideal é correr 32 km por semana. Esse número mágico, que pode ser dividido entre corridas, pedaladas ou caminhadas, diminui a mortalidade por causas vasculares. ¨Mais que isso é uma overdose de exercício¨, afirma o cardiologista José Lazzoli, da SBMEE. A cada 10% de aumento da atividade física, cai 30% o risco de doenças coronarianas. ************************************************************ Como Karnazes não dá bola para dor, seu corpo precisa ser criativo para avisar que está no limite. ¨Pensamentos desconexos mostram que o esforço é demais¨, diz Kátia Rúbia, presidente da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte. ¨Casos em que o atleta não respeita os sinais acabam em morte.¨ Fonte: Revista Galileu (foto) @@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@

DOC Life Support... No limits!

@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ MENTE TURBINADA... CIRCUITO CEREBRAL. De todas as melhorias que a tecnologia pode fazer ao corpo, a mais controversa é a instalação de circuitos no cérebro. Aplicados em paciente com mal de Parkinson, o implante melhorou o funcionamento cerebral em alguns pacientes. O resultado levantou a questão: pessoas sem distúrbio podem usar a técnica? ¨Apesar dos avanços nos estudos indicar essa técnica está longe de ser uma realidade. É muito polêmico tirar conclusões neste momento¨, diz o neurocirurgião Erich Fonoff, da Faculdade de Medicina da USP. ************************************************************ O DNA EXPLICA... TERAPIA GENÉTICA. A idéia aqui é promover modificações no DNA antes mesmo do nascimento. Assim, os cientistas poderiam turbinar os humanos e estimular certas características. ¨Em animais, isso é mais corriqueiro, como em processos para criar bois mais robustos. Em pessoas, ainda fica no campo das suposições. Mas a idéia é fazer mudanças para o corpo produzir substâncias que alterem o inibidor natural do crescimento muscular¨, diz Paulo Zogaibe, da Unifesp. ¨Isso poderia dar mais força a um futuro atleta¨. ************************************************************ INJEÇÃO DE SAÚDE... CÉLULAS–TRONCO. O anabolizante do futuro já tem nome: injeção de células-tronco nos músculos. A tática de fortalecimento causa polêmica no mundo esportivo. Elas teria a capacidade de fazer o tecido rejuvenescer. ¨Na medida em que a vida passa, as células envelhecem. A célula-tronco parece fazer com que as demais não morram na hora convencional. Isso deixaria a pessoa mais forte¨, afirma Paulo Zogaibe, professor de medicina esportiva da Unifesp. Ele faz um alerta: a técnica ainda não tem comprovação científica. ¨Há estudos sérios nessa linha mas não estão concluídos¨. ************************************************************ O FUTURO É CORRER... QUASE DESCALÇO! O calçado que o jamaicano Usain Bolt usa para correr é pequeno, justo, leve, feito sob medida e funciona quase com uma extensão dos pés. Revestido com uma estrutura que copia a superfície de uma bola de golfe, o material reduz a resistência ao vento. A grande diferença, no entanto, pode vir daqui alguns poucos anos. Grandes fabricantes utilizam atletas de ponta para testar tecnologias que vão se tornar populares. E a tendência é ver o pé de forma customizada, com materiais que respeitam as curvas de cada um. O modelo Puma Yaam, por exemplo, foi feito a partir de uma análise do corpo de Bolt. Outra tendência é diminuir o peso e o tamanho dos pisantes. O FiveFingers, fabricado pela empresa italiana Vibram, é um caso de sucesso. O produto, que custa US$ 70, é uma espécie de ¨meia reforçada¨, com espaços individuais para acomodar cada dedo. A idéia é a de que nosso pé não foi desenvolvido para ser acondicionado dentro de um tênis. ¨Somos equipados para correr descalços¨, disse Galahad Clark, um dos fabricantes do calçado. ************************************************************ OLHOS DE TIGER... CIRURGIA OCULAR. O campeão americano de golfe Tiger Woods passou pela cirurgia de alisamento da superfície da córnea. A operação, chamada Lasik, custa cerca de R$ 1.500 e já foi considerada até como um recurso para aprimorar a precisão de atiradores. Na prática, ela pode deixar a visão mais nítida. ¨Existe um aparelho que faz a leitura dessas imperfeições e guia o trabalho do laser, que varre a córnea¨, diz o oftalmologista Marcelo Cunha. Mas não há garantia de que haverá melhora. ¨O procedimento elimina as aberrações, mas não garante visão sobre-humana. O cérebro está preparado para receber informações até certo limite. Vários pacientes relatam não ter percebido a mudança¨. ************************************************************ MERGULHO PROFUNDO... TRAJES DE NATAÇÃO. Nos esporte aquáticos, a onda são os maiôs justos utilizados por atletas como o recordista olímpico Michael Phelps. Aderentes, feitos de 30% de elastano e 70% de náilon, os trajes atenuam o atrito, dão velocidade e foram criados após estudos feitos em túneis de vento da Nasa. As peças mais conhecidas são Powerskin, da Arena, e o LZR Racer, da Speedo. O último, lançado no ano passado, oferece 10% menos arraste, é 4% mais rápido nos impulsos de largada e virada e 5% mais eficiente na oxigenação. Para você que curte dar uns mergulhos na piscina ou no mar, a diferença não vai ser tão sensível. A vantagem mais aparente é a de que, protegido por um traje justo e confortável, as chances de entrar aquela areia chata nos fundilhos da sunga diminuem incrivelmente. ************************************************************ LONGA VIDA... SEM DISFUNÇÃO SEXUAL. Os facilitadores de ereção, como o Viagra e o Levitra, deve ganhar aliados em breve. As pesquisas da urologia avançam na elaboração de outras vias de administração de remédios, como pomadas ou até via nasal. A engenharia genética também pode contribuir, desenvolvendo tecido muscular erétil para aplicação do pênis. ¨Além disso, há o aperfeiçoamento das próteses penianas, buscando mecanismos hidráulicos mais eficiêntes¨, diz o urologista Celso Gromatzky. A novidade mais recente diz respeito à ejaculação precoce. A droga Dapoxetina, já em uso comercial na Europa, retarda o orgasmo. É a primeira medicação com indicação em bula para o tratamento desse tipo de disfunção. ************************************************************ EXERCITAR-SE... DEIXA INTELIGENTE! Exercitar o corpo pode manter o cérebro em forma. Pessoas mais ativas têm 30% menos risco de queda nas funções cognitivas e têm menos problemas para lembrar as coisas, de acordo com pesquisas da Universidade da Califórnia e College London. Entre idosos de 65 a 79 anos, probabilidade de sensibilidade de senilidade cai 52% se eles fazem exercícios. Estudos com pessoas de mais de 70 anos mostram que, quanto mais exercício, maior a capacidade de se sair melhor em testes de Inteligência e memória. Hoje é aniversário de John. Ele acorda cedo, como faz há mais de três séculos, toma o primeiro complexo vitamínico do dia e vai para o banho. No chuveiro, é surpreendido pela ligação de Martha, que atende com um piscar de olhos. Há mais de 200 anos, os telefones via bluetooh são instalados sob a pele e o som é amplificado diretamente no cérebro. A voz de Martha ecoa em sua cabeça e traz lembranças antigas. Ela foi sua primeira mulher, na época em que ambos ainda viviam na Terra. Hoje, Martha está a duas galáxias de distância, ainda que a ele possa parecer que tenham se visto ontem. John se lembra de tudo, ou pelo menos acha que sim. A memória de sua mãe sendo assassinada pelo próprio pai foi substituída por outra, em que ela vai dormir e não acorda mais. John completa hoje 322 anos. Ele é um homem feliz.
EU NASCI HÁ 10 MIL ANOS ATRÁS PARECE FICÇÃO, MAS UMA CORRENTE DA CIÊNCIA DIZ QUE, EM 25 ANOS, VIVEREMOS PARA SEMPRE: CONHEÇA TRANSUMANISMO.
A sequência descrita no início desta reportagem, digna de qualquer filme de ficção científica, está a poucos anos de se tornar realidade. E você, que provavelmente estava pensando em matricular-se na Ioga para viver saudável por mais 30 anos, pode ser um dos primeiros humanos imortais. ¨Os primeiro mortais já estão entre nós¨. A afirmação é de José Cordeiro, engenheiro venezuelano formado no badalado MIT (Massachusetts Institute of Technology) e um dos principais do trasumanismo mundial. Milhares de pessoas como Cordeiro estão estudando para tornar verdade o que, há quase 2 mil anos, os alquimistas buscavam com o nome de Elixir da Longa Vida. Só que, se aquele pessoal usava química, física, astrologia, metalúrgica e misticismo, agora as armas são mais poderosas, como manotecnologia, bioengenharia, ciência da comunicação e inteligência artificial. Prepare-se . Em 30 anos, nossa forma de encarar a vida será completamente outra. Embora pouco popular no Brasil, ser um transumanista é cada vez mais comum pelo mundo afora. Sua principal organização ativa, a Humanity Plus (ou Humanity +), foi fundada em 1995, pelos filósofos Nick Bostrom e David Pearce. Atualmente, conta com cerca de 10 mil membros ao redor do mundo que diariamente trocam dezenas de e-mails em um grupo de discussão acessível a qualquer um. Além disso, há também a revista H+, que é trimestral. Lançada no final de 2008, a publicação, que pode ser lida online, atinge cerca de 100 mil pessoas por mês. No entanto, o que parece um número razoavelmente grande torna-se ridículo se comparado aos 9 bilhões de pessoas que, de acordo com estimativas da ONU, estarão no mundo em 2040 e serão afetados pelas mudanças do trasumanismo. Daí a vontade dos especialistas de divulgar amplamente o movimento. ¨Estamos às vésperas de uma transformação da própria natureza humana”, afirma Pearce, um dos mais conservadores entre seus colegas. Cordeiro é muito mais arrojado em suas previsões: ¨Daqui a 40 anos, será possível controlar o envelhecimento, de tal forma que as pessoas não morrerão mais de causas naturais. Quem quiser sofrer, poderá sofrer; quem quiser morrer, poderá morrer. Mas acredito que 99% da população preferirá viver para sempre. ¨ Pearce é professor da Singularity University (Universidade da Singularidade, em português), ou Universidade do Futuro. Fundado há um ano pelo futurólogo norte-americano Ray Kurzweil, este centro de ensino localizado no campus da Nasa, na Califórnia, reúne especialistas de diversas áreas da tecnologia com o propósito de fazer um intercâmbio de informações e obter as respostas para um futuro não tão distante. Para tanto, conta com amplo patrocínio do Google. Os alunos têm aulas de biotecnologia, robótica, medicina, inteligência artificial, entre outras matérias. E não vá pensando que é uma reunião de cientistas malucos. ¨Estamos preparando os novos líderes, as pessoas que serão capazes de liderar seus povos depois dessa mudança de paradigma”, profetiza Cordeiro. Um desses novos capitães da humanidade é o brasileiro Everson Lopes, um dos criadores do site Buscapé. Por quatro meses, Everson freqüentou aulas e laboratórios nos quais seqüenciar um DNA parece brincadeira de criança. ¨Até hoje, só tivemos uma revolução na computação. Muito mais está por vir, e eu estou aqui para entender isso e ser um agente catalisador no Brasil, na América Latina e no mundo. Para poder estimular esta revolução. Semana passada, eu seqüenciei meu DNA, por exemplo e descobri quais doenças estou propenso a ter. Isso é muito interessante porque eu posso me tratar antes.¨ É assim que pensa o gereontólogo inglês Aubrey de Grey, autor do livro Ending Aging (O fim do Envelhecimento) e um dos maiores estudiosos do processo de conter o envelhecimento.
¨DAS 150 MIL PESSOAS QUE MORREM POR DIA NO MUNDO 100 MIL MORRERAM EM DECORRÊNCIA DA IDADE.
Mas, se uma pessoa realiza muitos tratamentos juntos antes de ficar doente, a vida dela será prolongada¨, calcula De Grey. É mais ou menos isso que a medicina tradicional vem fazendo ao longo dos anos. Consta da literatura médica que sem nenhum tratamento de saúde, o ser humano teria vida de 35 anos. Para De Grey, é possível viver pelo menos 10 vezes isso e a tecnologia necessária está a US$ 1,1 trilhão de ser atingida, com 50% de chance de ocorrer em 25 anos. Alguns avanços significativos já podem ser notados graças ao Prêmio Matusalém, organizado por De Grey. Nessa competição, conceituadas universidades do mundo todo tentam quebrar o recorde de longevidade de um rato que normalmente vive 2 anos. O atual detentor da marca é Andrzej Bartke, diretor do Laboratório de Pesquisas Geriátricas de Southen Illinois Unviversity, que fez o rato viver 1.819 dias, ou seja, quase cinco anos. ¨Se um carro ou um avião podem viver mil anos por que o ser humano não? Nosso corpo é uma máquina também, só que mais complexa¨, afirma De Grey. Para ele, é preciso mais dez anos pesquisando em ratos e outros quinze estudando como implementar a técnica em humanos. As pesquisas em células-tronco são uma parte importante para atingir a imortalidade. Pelo menos é esse tratamento que tem dado aos cientistas as melhores respostas. Em abril, nos Estados Unidos, um homem foi aparentemente curado de AIDS após receber um transplante de células-tronco. Um mês depois no Reino Unido, uma pessoa interrompeu o avanço de esclerose múltipla, também com células-tronco. Em junho, na Itália, 82 pessoas foram curadas de cegueira, após serem submetidas ao mesmo tratamento. E as previsões são cada vez mais otimistas. De acordo com os estudiosos, em cinco anos, já será possível regenerar um coração. Em dez acabar com o diabetes. E em 20 regenerar quase todos os órgãos do corpo humano. Somados a outros tratamentos preventivos estudados por De Grey, como a substituição de pequenas partes da células, a imortalidade como a aparecer como razoável. ¨Com uso de alguns tratamentos preventivos, as pessoas estarão tão saudáveis, que com 199 anos terão um relógio biológico de alguém de 30¨, diz De Grey. ¨Isso vai mudar todas as concepções sobre aposentadoria, como estruturaremos nossas carreiras ou quando teremos filhos¨. Aliás, o nascimento diário de cerca de 260 mil pessoas terá que ser repensado, ou a capacidade mundial se esgotará rapidamente. Já há algumas respostas para isso. O próprio De Grey tem uma delas. ¨Atualmente as mulheres estão tendo filhos mais tarde do que há 40 anos, e isso só não foi adiante porque existe a menopausa, mas com a cura da menopausa, as pessoas vão escolher ter filhos na idade em que quiserem¨. Já o ponto de vista de José Cordeiro é um pouco mais radical: ¨Para que ter filhos se você pode ser seu próprio filho? Você poderá inventar a si próprio¨. Entre as mudanças previstas por Cordeiro, também estão o fim das religiões, que segundo ele, nasceram para explicar a morte e a extinção do que hoje chamamos de família. ¨Qual o sentido da frase ‘até que a morte o separe’? Para que casar só com uma pessoa? O casamento será feito entre cinco pessoas. Por que não? ¨Para ele a sexualidade também vai mudar, com a quebra de algumas leis que até hoje pareciam inquebráveis. Será possível conviver com mais de dois sexos. Ainda assim, contando com a hipótese de que a população mundial aumente, alguns transumanistas já consideram a esploração interplanetária. ¨Você poderá trabalhar: 100 anos no Brasil Depois mais 200 anos na Russia E outros 150 em planeta na galáxia de Andrômeda¨. Analisa Cordeiro.
O CAOS ESTÁ POR VIR
Embora pareça o melhor dos mundos, nem todos são a favor das mudanças. Para o cientista político norte-americano Francis Furukuyama, por exemplo, trasumanismo é ¨a idéia mais perigosa do mundo¨. Confira três perspectivas capazes de pirar qualquer um:
A TESE DO EXTERMINADOR DO FUTURO
Seria o Google a verdadeira Skynet? Para o cientista da computação Bill Joy, autor de um artigo chamado ¨Porque o futuro não precisa de nós¨, a tese é plausível. Segundo ele, a vida com nanorrobôs dotados de inteligência artficial pode sair do controle, acabando com o ecossistema mundial.
A TESE DO FRANKENSTEIN
Monstros criados com o auxilio da biotecnologia podem tornar real a história de Mary Shelley. Para o biólogo Stwart Newman e o ativista biopolítico Jeremy Rikin, é preciso estabelecer medidas rigorosas para evitar a desumanização da sociedade.
O HOMEM BRINCANDO DE DEUS
Ter em mãos o poder da vida e da morte é assumir o papel de Deus. Esta é a principal crítica dos cristãos. Em 2002, o Vaticano publicou uma declaração afirmando que ¨mudar a identidade genética do homem para a criação de algo subumano é radicalmente imortal¨. Coincidência ou não, em 2010 a Nasa conseguiu enviar um sinal suficientemente potente para estabelecer uma conexão de internet com a Estação Espacial em órbita. Essa tese é considerada até para o caso de um meteoro entrar em rota de choque com a Terra. ¨Os dinossauros só não sobreviveram ao meteoro porque não tinham um programa interplanetário¨, afirma Cordeiro. Mas estabelecer residência em Plutão implica mudanças drásticas na composição humana, uma vez que é impossível viver fora do planeta Terra. Sem problemas! Os trasumanistas já pensaram nisso. Doutorando em Oxford, o filósofo argentino Pablo Stafforini, um dos defensores mais veementes do trasumanismo, considera a hipótese de que seja preciso abandonar a idéia de ser formado de carne e osso, criando ciborgue. ¨É um cenário possível, ainda que muito especulativo. Há também pessoas que acreditam que se poderá viver em um software, como no filme Matrix. Uma vez que a cosciência possa ser colocada em um meio digital, será totalmente possível.¨ A digitalização da consciência, por exemplo, permitirá a edição das nossas memórias, o que acredite, já é possível em uma escala muito pequena. Estudos da Mount Sinai School Of Medicine, em New York, provaram a substância propranolol é capaz de apagar uma espécie de medo condicionado a traumas anteriores. Se desenvolvida, a técnica poderá ser utilizada para apagar traumas, como um estupro, por exemplo, que impeçam uma pessoa de levar uma vida normal. Algo como o que ocorre no filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, estrelado por Jim Carrey. A ficção, aliás, tem cada vez mais semelhança com o mundo real. ¨É como se a ficção pré-anunciasse o real. Você há de convir que Blade Runner, por exemplo, antecipou muita coisa¨, afirma a professora-doutora Nelma Fróes, cuja tese de doutorado, elabora ainda no começo dos anos 2000, já abordava o trasumanismo. O que nem a ficção conseguiu prever é que, em 2006, Stelarc, um artista australiano, conseguiria instalar em seu braço direito um protótipo de uma orelha com receptor de bluetooh e, por meio dele, falar pelo celular. ¨Se você ligar no meu celular, eu posso falar pela minha terceira orelha e escutar dentro da boca, por meio de um transmissor que instalei. Se eu abrir a boca, quem estiver perto escutará sua voz¨, detalha. Como uma espécie de Professor Pardal, desde a década de 1980 ele vem inventando as mais diferentes maluquices para fazer a tecnologia interagir com o homem em níveis jamais imaginados. Em 1993, por exemplo, ele levou a cabo a ideia de colocar em seu estômago uma microescultura e, claro, filmou.
¨A PRIMEIRA COISA A DESAPARECER SERÁ A RELIGIÃO. OS VALORES DE FAMÍLIA TAMBÉM SERÃO OUTROS. PARA QUE TER FILHOS? VOCÊ PODERÁ REIVENTAR A SI PRÓPRIO. A SEXUALIDADE E ATÉ O CASAMENTO SERÃO DIFERENTES. QUAL O SENTIDO DE ‘ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE’?¨
José Cordeiro Tudo por meio de uma sonda. Dez anos depois, Stelarc aparecia em cima de um robô de seis patas comandado por ele mesmo. Era o que ele chamou de Exoesqueleto. Sua última invenção é a Cabeça Prostética, um avatar com inteligência artificial capaz de reconhecer uma pessoa e travar um diálogo. Para Stelarc ( e muitos outros trasumanistas), o corpo humano é obsoleto. É mais ou menos o que pensa David Orban, executivo da organização transumanista Humanity Plus: ¨Eu fico desapontado por ainda não conseguir mudar minhas capacidades humanas, mas isso está mudando para melhor. Já para Audrey de Grey, o Estado oferecerá os tratamentos gratuitamente. ¨Será como a educação fundamental, que é gratuita para todos porque é um investimento que vale a pena. ¨De Grey também diz que não há por que temer a falência do sistema previdenciário, uma vez que as pessoas acima de 60 anos gastam mais dinheiro com a saúde do que já gastaram a vida toda. Essa soma, que acaba parando no bolso da indústria da medicina, seria economizada. Outra boa quantia de dinheiro que seria poupada é atualmente é destinadas às guerras. Porque ao contrário das previsões pessimistas de filmes como Soldado Universal, em que ciborgues são criados para matar eficientemente, José Cordeiro prevê um futuro pacífico . ¨Se você e outra pessoa estão presos, mas viverão pouco tempo, é natural que você culpe o outro e o condene á morte. Vivendo eternamente, a saída é a cooperação. Ou seja, a humanidade vai aprender a cooperar também com outras espécies que formos encontrando¨. Outras espécies, ciborgues, exploração interestelar, vida eterna? Por via das dúvidas, é melhor estar preparado.
O QUE FAZER PARA ESPERAR
Viver bem para poder viver para sempre. Essa frase define a grande maioria dos trasumanistas, enquanto a tecnologia não chega. ¨Posso usar óculos para ver melhor, posso decidir não fumar, posso fazer esportes para manter meus músculos ativos¨, conta David Orband, executivo da organização trasumanista Humanity Plus. Já o filósofo argentino Pablo Stafforini leva uma vida estremamente regrada, visando à imortalidade. ¨Existem estudos que provaram que quanto menos calorias um animal come, mais tempo ele vive. Eu como apenas 1.800 calorias por dia¨, conta. Para manter o nível de vitaminas e sais minerais, Pablo toma diariamente alguns suplementos vitamínicos em forma de pílulas. Ele está preparado. E você? Para os aspirantes a imortais, vale fazer uma visita ao site rayandterry-com (mantido por Ray Kurzweil e Terry Grossman) e realizar um teste baseado na sua rotina, que indicará o complexo vitamínico ideal para viver mais. >
A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE
2015
Em qualquer lugar do mundo, as pessoas terão acesso imediato a qualquer informação de que precisassem, prática ou científica, em um formato específico para o uso particular. Novas estruturas, baseadas na informação instantânea e confiável vão aumentar a rentabilidade dos negócios no mundo. Sensores confortáveis que os humanos usarão servirão para avisar as pessoas sobre as condições em que estão: poluentes, ameaças em potencial, além de informações locais sobre clima, negócios, recursos naturais.
2020
Todos os tipos de pessoas serão capazes de aprender mais rápido e de forma mais confiável, seja na escola, no trabalho ou em casa. Engenheiros, artistas, arquitetos ou qualquer pessoa que use a criatividade poderá ampliá-la absurdamente, facilitando seu trabalho. Fábricas funcionarão convergindo tecnologias e operando moderadamente com Inteligência artificial.
2025
Robôs e softwares serão mais úteis à humanidade porque trabalharão com princípios semelhantes aos do homem. O corpos humano será mais resistente, terá mais energia e será mais fácil de ser tratado. Uma combinação de tecnologias irá compensar doenças e deficiências mentais e físicas, que poderão simplesmente deixar de existir.
2030
A interface entre o cérebro humano e as máquinas será totalmente estabelecida. Máquinas, carros e até indústrias poderão ser controladas com o poder da mente. Novos esportes e formas de arte surgirão. A habilidade de controlar a genética do homem, de animais e plantas trará grandes benefícios. Nova discussões legais e éticas virão à tona. A educação formal será transformada, unificando diversos assuntos, que vão desde a nanoescala até a escala cósmica.
2050
A promessa de conquistar outros mundos será realizada. Bases em outros planetas, como Marte, com exploração rentável, serão possíveis.

Tuesday 23 November 2010

BRASILEIRA bate "RECORDE MUNDIAL DE DISTÂNCIA PERCORRIDA POR PARAPENTE".

Aproveitando a notícia sobre a nossa querida Kamira Pereira, deixamos um aviso importante sobre como evitar complicações em acidentes com paraglider. Uma dessas complicações é o que chamamos "Explosão da bexiga urinária" que ocorre em decorrência de trauma abdominal num momento em que a bexiga urinária encontra-se repleta (cheia de "xixi").

PARECE QUE NÃO DÁ PARA DAR UMA "PARADINHA OBRIGATÓRIA" OU UM "CAFÉ, XIXI, CHICLETE" QUANDO SE ESTÁ EM PLENO VÔO NÃO É??? NESSE CASO MELHOR SERÁ ENTÃO QUE VOCÊ...

USE FRALDÃO GERIÁTRICO PARA EVITAR UMA "EXPLOSÃO DE BEXIGA" Ao lado,pilotos de parapente provavelmente portugueses, usando seus fraldões geriátricos (ora pois!). É recomendável, antes de sair de parapente, carro, moto ou qualquer outro transporte para um percurso, longo ou não, ir ao banheiro e esvaziar a bexiga, afirmam os urologistas. Em caso de acidente é muito grande o risco de a bexiga estourar e causar uma infecção generalizada (sepse) se estiver cheia, dizem os médicos unanimemente. A bexiga quando está vazia, se posiciona atrás do púbis, o osso localizado acima da região genital, desta forma o risco existente é de o órgão ser perfurado. O osso da bacia com um impacto ou num acidente pode se romper e perfurar a bexiga. Quando a bexiga está cheia, sua estrutura fica mais tensa e ultrapassa os limites do púbis em direção ao umbigo, este posicionamento facilita o seu rompimento em caso de acidente ou impacto no abdômen provocando o extravasamento da urina para dentro da cavidade abdominal o que pode ocorrer mesmo com um traumatismo de menor impacto e sem fratura do osso, levando à infecção generalizada e à morte, em alguns casos. No caso dos pilotos de paraglider é recomendável o uso de dispositivo para incontinência urinária do tipo "Uropen" ou mesmo, como é o caso do sexo feminino, o uso dos famosos "fraldões" geriátricos. Uma vez preocupando-se em manter a bexiga vazia, evita-se em caso de acidente mais essa complicação grave do politrauma que, em vigência da leucopenia (baixa das células de defesa) que acompanha a dengue, pode levar a uma septicemia e morte. Aos médicos, recomendamos uma cobertura completíssima nesses casos, incluindo antibióticos para Gram+, Gram- e para anaeróbios.

Wednesday 17 November 2010

SUPER RACE 2010

Foi literalmente uma "reunião de amigos". Pilotos animados, a impecável organização do Haroldo (Instituto Decolar) e da Lily Taylor (SecTur), DOC Life Support on board, mas... nada de tempo bom.
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