Monday 29 December 2008

DOC - Reportagens

Jornal Linha Direta News da cidade de Lambari - MG
Médico de Lambari recebe homenagem por mérito desportivo Há algum anos desenvolvendo a atividade de suporte à vida em esportes radicais e de aventura, o médico do pronto socorro de Lambari e repórter colaborador da coluna “Aventura Café” do LDN, Joselito Fonseca Corrêa, recebeu, durante o 1º. Encontro Nacional de Parapente ocorrido em Águas da Prata (SP), nos dias 19 e 20 de dezembro, a comenda de honra ao mérito desportivo da Associação Brasileira de Parapente. Ele desenvolveu no ano passado um protocolo de resgate e atendimento médico para competições de vôo livre que foi apresentado no congresso da Féderatión Aeronautique Internationale em 2003, na cidade romena de Sinaia, recebendo elogios dessa instituição que controla departamentos da aviação civil mundial e sendo fundamental para que a proposta brasileira de realização do Campeonato Mundial de Parapente (Brazil Worlds 2005) em Governador Valadares (MG) fosse oficialmente aceita. Todo esse trabalho de anos frutificou em uma equipe de suporte à vida em esportes radicais e de aventura, a DOC – Life Support in Adventure Sports e nessa recente homenagem recebida, o LDN entrevista o repórter colaborador e médico dos esportistas radicais. Linha Direta News – Na prática, o que significa suporte à vida em esportes de aventura? Joselito – Esse termo deriva da rotina médica americana “ATLS”, ou seja, Advanced Thrauma Life Support, que significa dar suporte à vida de um acidentado grave. Meu trabalho junto aos desportistas, na prática, significa mantê-los vivos quando gravemente feridos feridos e evitar o agravamento de seu estado geal de saúde, até que cheguem na unidade hospitalar de referência e recebam o atendimento efetivo. É como fazer uma ponte entre o local do acidente e o hospital, a qual pode ser realizada a pé no meio de florestas, de carro (UTI móvel) ou de helicóptero (Unidade Aérea de Tratamento Intensivo). LDN – Essa atividade deve requerer bastante preparo físico e experiência médica, concorda? Joselito – O fato de ter nascido em Itamonte (MG) e praticar montanhismo e escalaminhada (subi o Pico das Agulhas Negras, a 2.787m/alt. três vezes) desde a infância tem me ajudado muito. Também aprendi muito sobre resgates médicos inclusive aéreos quando fui oficial médico da Marinha de Guerra, época em que fiz treinamento com os fuzileiros navais, chegando a tornar-me instrutor, inspetor e juiz auditor na área de socorros e resgates em alto mar dessa instituição militar governamental. Mesmo assim, precisei fazer alguns cursos tais como rapel e GPS (Geographic Positioning System) para melhorar meu desempenho. Quanto à experiência médica não tive tanta dificuldade, pois já trabalho em pronto socorro desde o quarto ano da faculdade, fiz um ano e meio de especialização em cirurgia geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e já trabalhei em serviços de emergência na cidade do Rio de Janeiro, onde os pacientes chegam bem mais graves. LDN – O que é DOC? Joselito – É a logomarca do serviço que prestamos. Precisei utilizar um nome de fácil assimilação tanto por brasileiros quanto por estrangeiros (DOC, que era meu apelido na Marinha de Guerra) e criar uma logomarca para facilitar a identificação dos membros da nossa equipe nos campeonatos e também para podermos angariar investimentos provindos de patrocínios, apoios e marketing de empresas interessadas para poder assim investir na evolução tecnológica. LDN – Quais os componentes dessa equipe? Joselito – Basicamente aqueles que contribuíram para o desenvolvimento do protocolo que foi enviado à Europa (Féderatión Aeronautique Internationale), ou seja, Fernando Matzner (que trabalhou em equipes de resgates nos alpes suíços), o Leslie Walsh (inglês de Liverpool, professor do Cambridge), meus colegas do pronto socorro de Lambari Airton (Brigadeiro Médico da Aeronáutica), Bernardo (ortopedista), o Ivan (que aprendeu muito sobre resgate e técnicas de rapel quando enfermeiro do exército), e o Guilherme (colega enfermeiro do pronto socorro de Paraty que me ajudou no campeonato da ABP). Alguns colaboradores às vezes nem aparecem oficialmente mas são do primeiro escalão do resgate médico no Brasil como o Ricardo e o Ailton que foram pioneiros na cidade do Rio de Janeiro. LDN – Qual a próxima atuação da DOC? Joselito – No Pré-Campeonato Mundial de Parapente (Brazil Pre-Worlds2004), em Governador Valadares – MG, no mês de março deste ano. LDN – Pra terminar como foi receber o Mérito Desportivo da Associação Brasileira de Parapente? Joselito – Algo que eu não esperava mas que me deixou muito realizado. Toda vez que há reconhecimento por trabalho no qual nos empenhamos, nos vem um sentimento de satisfação pessoal e profissional superado somente pelo fruto da nossa arte médica, ou seja, a manutenção da vida e a restauração plena da saúde. Dedico esta homenagem a todos aqueles que me ajudaram a ser o que sou hoje, meus pais Tote e Áurea, meus familiares, ao Papa João Paulo II amigo santo ainda em vida, meu professor de cirurgia Fernando Paes Leme, meus amigos pilotos, ao Chico e Mônica Santos, aos amigos da área médica e da DOC e principalmente a Jesus Cristo que nos dá vida em abundância, ensina a sermos pobres de espírito e mansos de coração e nos deixa a Terra e Reino dos Céus em herança. Fonte: Linha Direta News, Lambari, 2003 Por: Erick Vizok.