Friday 1 November 2024

O mundo evolui!

 


O tempo passa e o mundo evolui. 


Fiquei muito contente de constatar na abertura das Olimpíadas da França o atleta Kevin Piete, portador de paraplegia, carregando a tocha olímpica andando com a ajuda de um exoesqueleto. 

Feliz por ele, pelas Olimpíadas e pela medicina mas também por um motivo pessoal. 

Há 11 anos, quando fui estudar na Harvard University nos Estados Unidos, num consórcio entre a Harvard, o MIT e a TUFTS, me deparei com a história da tecnologia americana no Museu do MIT. 

Um amigo na ocasião me desafiou: “Você não é um Harvardiano? Então invente uma coisa de gênio agora!!!”. Eu simplesmente o ignorei.


Um pouco mais tarde, como estava muito empolgado com tanta tecnologia e conhecimento à minha volta além de na época estar desenvolvendo tecnologia para acidentes de parapente, potencialmente perigosos para a coluna vertebral, eu arrisquei: 

“Eu inventaria uma tecnologia para fazer paraplégicos andarem implantando células tronco na medula danificada, associado a corrente elétrica e um exoesqueleto com um chip de interface entre os movimentos do exoesqueleto e os pulsos elétricos emitidos nos músculos através de dermopads”. 

Ele praticamente me obrigou a desenhar no whiteboard a minha engenhoca maluca de fazer andar (fotos da época em anexo) e pendurar desenhos em papel no quadro de projetos. 





     E realmente a tecnologia evoluiu por este caminho. O que ontem era uma “loucura” universitária hoje é pura realidade! 

     Uma pesquisadora alemã da área de células tronco me perguntou uma vez porque eu associaria este implante ao exoesqueleto e à corrente russa. Simplesmente ela se encantou com meu projeto quando lhe disse: “O cérebro não é burro! Ele sabe que não vai andar porque tem sensopercepção de seu próprio corpo. Mas se você provar para ele que o desejo dele pode realmente se manifestar em movimentos (ainda que mecânicos e por pulsos elétricos) ele passa a acreditar nisso e continua enviando as eferências que as células tronco necessitam para proliferarem na medula e restaurarem o tecido danificado”.  


     É muito bom saber que essa brincadeira entre amigos há uma década atrás, hoje virou pura realidade!!!  

Salve a ciência! 

Salve a liberdade e a evolução dos movimentos dos corpos e das imaginações das mentes!!! 

Salve a vida!!!